Nas últimas semanas, dois assuntos têm chamado a atenção de crianças e adolescentes e gerado discussões entre formadores de opinião em jornais, sites e redes sociais no Brasil e no mundo: a série 13 Reasons Why, da Netflix, e o jogo Baleia Azul (Blue Whale). Especialistas chamam a atenção para o modo como a série e o jogo podem estimular comportamentos negativos, até mesmo o suicídio, especialmente entre os jovens que mais precisam de cuidados psicológicos.
Baleia Azul
O Baleia Azul ( Blue Whale) consiste em um jogo clandestino no qual são dadas uma série de instruções que agridem, fragilizam e induzem os participantes a tirarem a própria vida. O jogo teve início na Rússia e rapidamente se espalhou na internet, já tendo várias ocorrências registradas no Brasil. Trata-se de uma quadrilha que alicia crianças e jovens e os levam a atos perigosos, sob o disfarce dos 50 desafios do jogo. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, que está investigando a rede criminosa, os participantes aceitam o convite para o jogo no Facebook, passam seus dados pessoais e de familiares, e recebem, posteriormente, as orientações por Whatsapp. Os desafios, que devem ser gravados e enviados aos membros do grupo, vão aumentando, gradativamente, os riscos. Começam mais fáceis, como acordar em horários específicos da noite ou assistir a filmes de terror e ordenam, na fase final, a automutilação e o suicídio. As tarefas chegam durante a madrugada, a fim de não chamarem a atenção dos pais. Se mostrar sinais de resistência ao cumprimento das provas, o jogador tem a sua família ameaçada.
13 Reasons Why
13 Reasons Why (Os treze porquês) é uma série americana disponível gratuitamente aos assinantes do serviço de streaming Netflix. A série gira em torno de uma estudante que se mata após uma série de agressões sofridas dos colegas no ambiente escolar. Antes de tirar a própria vida, ela grava fitas de cassete explicando para treze pessoas como elas desempenharam um papel na sua morte: os treze motivos.
Profissionais da área de Psicologia têm alertado que a série, embora tenha valores contra o bullying, não toma os cuidados adequados para tratar do tema. Existiria, na lógica da trama, uma ideia romântica do suicídio como alternativa e vingança contra opressões individuais. Também foram criticadas a presença de cenas de estupro e a encenação detalhada do suicídio da protagonista. Segundo informações do Centro de Valorização da Vida, que fornece apoio emocional e prevenção ao suicídio, os contatos por e-mail multiplicaram-se desde a estreia da série no dia 31 de março.
Algumas recomendações importantes:
Monitorar o uso de smartphones e redes sociais.
Restringir o uso da internet em determinados horários.
Estar presente nos pátios virtuais e acompanhar o que o filho está fazendo.
Ficar atento a qualquer mudança radical no comportamento de crianças e adolescentes.
Acolher os filhos e conversar sempre que notar neles algum desconforto.
A série tem classificação indicativa de 16 anos. Menores devem assisti-la acompanhados dos pais ou responsáveis. Caso seu filho esteja assistindo, é essencial que você o acompanhe.
É importante conversar com os jovens e aprofundar as questões abordadas. Quais são as generalizações da série? Qual outra alternativa a protagonista poderia ter escolhido? Como ajudar um colega que sofre agressões na escola?
É preciso ressaltar, sempre, que a vida é um dom divino e precioso, e que a depressão é uma doença passível de tratamento e cura.
Com a certeza de que o amor educativo é sempre o melhor caminho para cuidarmos da saúde física, espiritual e mental da nossa juventude Instruir os filhos a não adicionarem estranhos nas redes sociais.
Temos profissionais qualificados para lidar com essas questões, suas e de suas crianças: psiquiatra, psicólogos, pediatras e psiquiatria infantil.